terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sistema Agroflorestal em São Francisco de Itabapoana


O programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio), em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), promoveu, na última semana, a I Capacitação de Produtores para a implantação do Sistema Agroflorestal (SAF) nas sete microbacias hidrográficas de São Francisco de Itabapoana: Tipty, Brejo da Cobiça, Batelão, Rio Guaxindiba, Floresta, Baixa do Arroz e Caldeirão, no Norte do estado.

O evento aconteceu na Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba e reuniu cerca de 50 pessoas, entre produtores e familiares, que assistiram a palestras e vídeos e participaram de visitas de campo.

Os sistemas agroflorestais são modelos ecologicamente corretos de exploração do solo que constituem uma importante alternativa de uso sustentado do ecossistema. “Estamos realizando esta capacitação sobre Sistemas Agroflorestais para levar aos produtores técnicas sobre o correto manejo do solo. O Rio Rural, que é o programa que promove o desenvolvimento sustentável, apoia esse incentivo ao agricultor e as boas práticas ambientais”, frisou o engenheiro agrônomo Herval Fernandes Lopes, gerente técnico estadual de Projetos Sustentáveis da Emater-Rio.

No primeiro dia de capacitação, o solo foi o principal tema de discussão, com ênfase na preservação da floresta e sua biodiversidade. Os participantes percorreram a trilha da reserva ecológica para avaliar, in loco, o que foi abordado nos vídeos e palestras. “Estamos aproveitando a oportunidade para trabalhar os indicadores de sustentabilidade de solos”, completou Herval. Durante a visita, os participantes puderam avaliar, por meio de notas, a condição dos solos da região.


Temas como Mata Atlântica de Tabuleiro e classificação botânica de espécies da floresta também foram discutidos no primeiro dia do evento. Outro ponto abordado foi a importância do Sistema Agroflorestal para os produtores. Segundo o professor do Laboratório de Ciências Ambientais da Uenf Marcelo Trindade Nascimento, a troca de experiências e o conhecimento adquirido pelos agricultores foram essenciais para o desenvolvimento do SAF na região.

— Essa capacitação veio complementar informações que o próprio produtor já tem, mas muitas vezes não coloca em prática no dia a dia. Uma delas é a atividade do reflorestamento. Por isso estamos aqui para dar ao produtor a ideia de um plantio correto, através do sistema SAF. É importante pensar nisso hoje como recuperação de área, melhorando todo o entorno e a qualidade de vida de seus habitantes — frisou.

Casos de sucesso já registrados no estado

Por meio do Sistema Agroflorestal, é possível gerar renda em equilíbrio com o ambiente e de acordo com princípios ecológicos. Em Engenheiro Paulo de Frontin, no Sul Fluminense, o agricultor João Bezerra, 65 anos, apostou nessa ideia por conta própria e hoje colhe os frutos de seu trabalho.

Há 16 anos, ele plantou o primeiro palmiteiro pupunha em sua propriedade, na microbacia Rio Sacra Família. Hoje, o sítio é uma referência para os pequenos agricultores da região. No local, além do palmito, João produz as mais variadas frutas, entre muitos outros cultivos.

Hoje, o agricultor gera mais renda com o SAF do que com sua própria aposentadoria. Ele comercializa produtos em feiras e para compradores locais.

Fonte: Folha da Manha
Foto: Divulgação

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