sábado, 19 de setembro de 2015

Pedreiro que conquistou diploma conhece rotina de delegados no ES

O pedreiro e bacharel em Direito foi recebido por delegados e apareceu no Jornal Nacional nesta sexta-feira (18).

Foto: Marcelo Prest
De um lado, um especialista em reunir provas e construir inquéritos policiais. Do outro, um perito em somar tijolos para levantar casas. No encontro entre o delegado Érico Mangaravite e o pedreiro Joaquim Corsino, recém-formado em Direito, um sentimento prevaleceu: o de admiração mútua. Nesta sexta-feira (18), a história dele foi contada no Jornal Nacional.

Após conhecer, através de A GAZETA, a trajetória de Joaquim, que ao longo de décadas economizou dinheiro para realizar o sonho de cursar o ensino superior e hoje estuda para se tornar delegado, Mangaravite postou um texto em sua homenagem nas redes sociais. Ontem, ele conduziu o futuro colega de profissão durante uma visita à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Vitória.

No bate-papo sobre os desafios, pressões e recompensas do ofício, os olhos de Joaquim brilhavam – ainda que tímidos – e acompanhavam atentamente cada palavra do delegado. Já para Mangaravite, o homem à sua frente, com toda a experiência adquirida em 63 anos de vida, tornou-se um exemplo de superação.

“Quando vemos uma pessoa tão esforçada, que valoriza nossa carreira, essa é uma forma que temos de nos sentirmos valorizados e de continuar sempre com mais disposição para concretizar nossos objetivos”.

Conselhos

Se a persistência para alcançar suas metas já é uma característica de Joaquim, para Mangaravite, seu desejo de se tornar delegado só depende do foco nos estudos. Mas o delegado alerta que a complexidade da função exige estar preparado para tudo, desde o ato de ouvir as pessoas, até a necessidade de lidar com dores e perdas diversas.

“Existe uma série de direitos previstos na Constituição que a maioria das pessoas não alcança. Esses problemas deságuam na atividade policial. Quando as pessoas recorrem à polícia ou são presas, na grande maioria dos casos todos esses anteparos que deveriam ter evitado essas situações falharam”, revela.

Ricardo Medeiros
Para Joaquim, que diz ter escolhido a profissão justamente para ajudar outras pessoas, o desafio de seguir a carreira tornou-se mais fascinante após a conversa. “Quero ser delegado ainda mais agora”, reforça ele.

E o dia de aprendizado não para por aí. Inspirado na história de Joaquim, que percorria 42 km todos os dias para chegar à faculdade com sua inseparável companheira de duas rodas, Mangaravite já anuncia: “Vou seguir o exemplo do Joaquim e comprar uma bicicleta”.

Fonte: Gazeta Oline

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