sábado, 9 de abril de 2016

Rio Rural incentiva agricultores familiares da Feira da Roça em Campos

 
Há 25 anos nascia, em Campos dos Goytacazes, a Feira da Roça. O projeto surgiu a partir da necessidade de geração e diversificação de renda entre os moradores da zona rural do Imbé, por conta principalmente das demissões de funcionários, durante a década de 1990, nas usinas de cana-de-açúcar da região. O novo negócio não só melhorou a vida financeira dos agricultores, como também abriu espaço para o mercado da alimentação saudável e para a negociação direta entre produtores e consumidores.

Entre os feirantes, há agricultores apoiados pelo Programa Rio Rural através de subprojetos que promovem o aumento da produtividade e da qualidade da produção e que vêm ajudando a fortalecer essa rede.

Uma das pioneiras da Feira da Roça é a produtora Dilma Rodrigues, da microbacia Canal Coqueiro/Pau Fincado, em Campos. “Me lembro quando começamos, de forma bem humilde, ainda sem barracas. Hoje, temos uma boa estrutura, feirantes de vários distritos, alimentos frescos, diversificados e clientes cativos”, conta entusiasmada a senhora de 68 anos.

Dilma produz em seu sítio, semanalmente, pelo menos 25 peças de queijo da roça e colhe até 40 quilos de aipim orgânico, produtos que respondem pela maior parte de suas vendas. Há dois anos, o lucro dela aumentou bastante depois da implantação do kit galinha caipira, projeto implantado com incentivo do Rio Rural. O apoio do programa viabilizou a compra de aves e material para instalação do galinheiro. Atualmente, a produtora vende, em média, 100 ovos por semana pelo preço de R$ 7,00 a dúzia.

“A procura pelos ovos caipiras cresceu muito porque eles são mais saudáveis do que aqueles produzidos em granjas. Em menos de cinco horas de feira, vendo tudo. O kit galinha caipira ainda me dá mais uma vantagem: ganho dinheiro também com a venda do abate dos animais, pois é preciso substituir as galinhas quando vai diminuindo a produção delas”, conta a agricultora.
Pescadores da feira também são beneficiados com subprojetos.

De acordo com o presidente da Feira da Roça, o produtor Jurandir Pereira Neto, apesar de os produtos agrícolas serem os mais procurados pelos clientes, a exemplo do queijo, milho, aipim e hortaliças, os peixes também têm boa saída.

“O peixe tem bastante procura porque é vendido fresquinho, sem atravessador. O consumidor valoriza isso, esse é o nosso diferencial. A qualidade é que faz com o que o nosso público seja fiel”, explica Pereira Neto.

Alguns pescadores, que também trabalham como feirantes, foram contemplados pelo Rio Rural com o kit pesca, que inclui recursos para a compra de materiais como isopor para boia, tralha (material usado para confecção da rede) e anzol.

José Carlos Filho, da microbacia Canal São Nicolau/Canal de Tocos, também em Campos, trabalha na atividade pesqueira com a esposa Aulenir Matias. Os dois vieram de famílias tradicionais nesse ramo. Por semana, chegam a tratar 200 quilos de peixe, como traíra, tilápia e cará, que são bastante vendidos na feira.

“A gente não tinha dinheiro sobrando para poder comprar uma rede melhor. O Rio Rural nos ajudou com isso, com esse investimento, que está se multiplicando. Nós temos cinco anos de feira e, depois do kit, demos uma alavancada. Antes entregávamos tudo para os atravessadores. Com a feira, nossa vida mudou para melhor”, salienta Aulenir.

A pescadora conta ainda que, se as vendas continuarem progredindo, o casal planeja comprar uma caminhonete para transportar o peixe de casa até a feira, substituindo o atual veículo emprestado. Se depender da clientela, o ritmo de crescimento continua. Nas terças e sextas-feiras, quando o casal vai à feira, a fila de clientes é grande.

“Eu adoro peixe e faço questão de vir aqui comprar com eles. O diferencial é um alimento super saudável e prático. Eles tiram a espinha dos peixes e, em casa, é só temperar com alho, sal e fritar. Peixe fresco é muito bom”, diz a dona de casa Verônica Camilo.

De acordo com o técnico Jeferson Luiz, executor do Rio Rural na microbacia CanalCoqueiro/Pau Fincado, mais subprojetos devem ser liberados nos próximos meses para outros produtores rurais que trabalham na feira. “O que nos dá satisfação é ver como eles melhoraram de vida, aumentaram a renda, sem falar na melhor integração da comunidade. O Rio Rural é apenas o incentivo, o primeiro passo. A partir daí, com boa orientação, eles conseguem andar com as próprias pernas e ainda incentivar mais gente a entrar no programa”, frisa o técnico.
Serviço:

A Feira da Roça conta com 180 produtores, que trabalham nos fundos da Praça da República, atrás da rodoviária Roberto Silveira, no centro de Campos dos Goytacazes.

O funcionamento vai de 4 horas da manhã até o meio dia, às terças e sextas-feiras. 
 




 
Fonte: Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca

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