As regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro passaram por nove meses de seca em 2017. O período trouxe prejuízos à economia dos municípios, que não tiveram o retorno financeiro esperado dos investimentos aplicados. Por isso, os prefeitos de 10 das 22 cidades destas regiões encaminharam à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), por intermédio do deputado estadual João Peixoto (PSDC), um requerimento solicitando auxílio financeiro emergencial. O pedido foi assunto da audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura da Casa nesta terça-feira (20/03).
O deputado João Peixoto (PSDC), presidente da comissão, se solidarizou com a demanda e disse que irá contatar o presidente em exercício da Alerj, deputado André Ceciliano (PT). “Não seria a primeira vez que a Casa oferece uma ajuda assim. Há anos, conseguimos fazer uma doação aos municípios que sofreram com a enchente”, declarou João Peixoto. Em 2009, a Alerj doou R$ 20 milhões após as chuvas que deixaram centenas de mortos no estado.
De acordo com Manoel Faria, prefeito de Itaocara, mais de cinco mil cabeças de gado morreram por causa da estiagem, impactando o comércio da região. “Se não travarmos os efeitos da seca de 2017, o próximo ano será ainda mais caótico”, alertou o gestor público.
Compõem as regiões Norte e Noroeste os seguintes municípios: Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Varre-Sai, Aperibé, Cambuci, Itaocara, Miracema e São José de Ubá. Destes, 16 decretaram calamidade financeira.
Ação contínua
Para Emílio Santos, representante da Secretaria de Estado de Agricultura, o repasse é fundamental para a recuperação das regiões. “Mas além disso, é preciso construir, concomitantemente, um projeto para retorno efetivo a essas demandas”, frisou.
Uma ação permanente é o que a Embrapa Solos defende. "A questão hídrica é muito delicada. Vários estudos indicam que ali deveria haver um tratamento de manejo e conservação mais adequados”, explicou Petula Nascimento, chefe adjunta de Transferência Tecnológica da empresa. “Isso não foi implementado como proposta de política pública”, criticou.
Nascimento ainda explicou que deveriam ser implementadas medidas de armazenamento de água, como a recarga de mananciais e bacias hidrográficas. “No entanto, se não há organização, a região acaba sofrendo”, reiterou.
Os deputados Waldeck Carneiro (PT) e Wanderson Nogueira (PSol) também participaram do encontro.
Fonte: Alerj.com.br