O dia era para ser só de festa em São João da Barra, nessa sexta-feira (24), na 372ª edição da homenagem ao padroeiro São João Batista. Mas um grupo de servidores municipais decidiu fazer um protesto, em frente à igreja matriz, durante a missa solene das 10h, após caminhar por outras ruas da cidade. Enquanto a celebração religiosa acontecia, eles permaneciam em silêncio, com cartazes nas mãos. Quando a missa acabou, o clima esquentou. O grupo se dividiu para esperar a saída do prefeito Neco (PMDB) em todas as portas da matriz. Neco saiu pelos fundos, porta que dá acesso à rua dos Passos e os manifestantes seguiram para lá, cercaram o carro do prefeito e por pouco uma confusão generalizada não aconteceu. O prefeito classifica o ato como um manifesto de cunho político, não dos servidores.
Neco caminhava pela praça demonstrando tranquilidade e os manifestantes o cercavam em silêncio, com mensagens nos cartazes que cobravam explicações sobre a suspensão do cartão alimentação do servidor, uma das medidas do decreto de emergência econômico-financeira, em vigor desde 22 de maio. Uma pessoa que não participava do ato começou a xingar o prefeito. Foi o estopim. Todos começaram a gritar e a chegar mais próximo de Neco. Para quem acompanhava, a impressão era de que a qualquer momento o protesto sairia do controle podendo chegar a uma agressão física.
Ainda demonstrando serenidade, Neco entrou no carro e abaixou o vidro. Os manifestantes cercaram o veículo e alguns ainda chutaram e deram socos no veículo. Trocas de empurrões aconteceram entre manifestantes e aliados de Neco. Um caminho foi aberto e o veículo partiu.
Desde o decreto de emergência econômico-financeira, esta foi a primeira aparição pública de Neco em São João da Barra. Antes de sair da igreja, Neco comentou sobre o protesto dos servidores.
— Não é dos servidores, essa manifestação é política. Que eles continuem à vontade. Quando as pessoas querem conversar, formam uma comissão. Não faz manifesto político. Isso ocorre há dias em São João da Barra. Não vou dar importância a esse tipo de manifesto político, principalmente na saída da missa.
Os protestos em São João da Barra acontecem desde abril, com segmentos diversos da população: músicos, estudantes e terceirizados foram os primeiros. A cobrança é sempre por uma resposta do prefeito acerca de pagamentos, suspensão ou redução de programas, além de esclarecimento sobre as medidas do decreto de emergência. Neco, em todas as oportunidades, classificou os atos como políticos.
Fonte: Blog do Arnaldo Neto
Fotos: Reprodução
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