quarta-feira, 16 de março de 2016

Adubação verde com uso de crotalária torna lavouras mais sustentáveis no Norte Fluminense


O plantio de leguminosas é comum entre agricultores que adotam a adubação verde. Essa prática agroecológica dispensa a adubação convencional (com produtos químicos) e, em seu lugar, utiliza a biomassa das leguminosas para ajudar na fixação de nitrogênio no solo. Na microbacia Campo de Areia, em São João da Barra, região Norte Fluminense, o plantio de crotalária, uma das espécies mais comuns de leguminosas, tem sido incentivado pelo Programa Rio Rural.

A produção de Joilson Ribeiro é focada no cultivo de abacaxi, principal alimento do município sanjoanense. Sua produção anual chega a 40 mil frutos. Porém, o agricultor vem investindo também em lavouras de maxixe e quiabo e, para isso, decidiu preparar o solo com a adubação verde utilizando a crotalária. Há três meses, ele foi contemplado pelo Rio Rural com a aquisição de equipamentos para irrigação. Sua contrapartida ambiental foi providenciar o plantio de sementes de leguminosas em um hectare.

Segundo o produtor, nas últimas semanas as hortaliças têm crescido melhor e mais rapidamente. “Além dos pés de quiabo estarem se desenvolvendo bem, percebi o fato de que ao redor das plantas não tem mais mato, como havia antigamente. A crotalária está realmente protegendo o solo, que agora está bem limpo”, comenta Ribeiro.

O plantio da crotalária da espécie juncea – uma das mais comuns no Brasil – se deu após a indicação do técnico executor do Rio Rural na microbacia Campo de Areia, Cid Retameiro. “Aqui nessa região do estado, por ser arenoso, o solo precisa ser enriquecido. É como se fosse a fundação de uma casa. Tem que ser boa. A crotalária tem respondido bem, até porque em apenas um hectare se produz vinte toneladas de massa verde ou mais”, detalha o técnico.

Ainda de acordo com Retameiro, preferencialmente, as folhas e galhos da crotalária devem ser misturados ao solo no momento da preparação para o próximo cultivo por meio do gradeamento – técnica de nivelamento da terra. Dentro do solo, a decomposição do material orgânico da leguminosa otimiza a absorção dos nutrientes dos vegetais. Outro método de adubação verde é o depósito da biomassa da leguminosa – no caso, a crotalária – na superfície do solo, como se fosse uma capa.

“Essa cobertura morta protege a terra na medida em que o vento não chega com tanta pressão, evitando o ressacamento do solo. A leguminosa protege contra a radiação solar e combate os nematoides, vermes que atacam as lavouras. Por último, tem a vantagem da conservação de umidade, ou seja, os gastos com irrigação diminuem”, menciona Cid Retameiro.

Por conta do papel importante na gestão da qualidade do solo e também na alimentação humana, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) declarou 2016 como o Ano Internacional da Leguminosas. 



Fonte: Ascom / Microbacias RJ

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