terça-feira, 10 de maio de 2016

Produtores do Norte Fluminense comemoram aquisição de gado girolando na Feira Rio Genética


Quem está familiarizado com a cadeia produtiva do leite sabe que o aumento de produção está ligado a dois fatores: comida de qualidade para o gado e animais com bom potencial produtivo. Por meio do Programa Rio Rural, os produtores do interior fluminense recebem incentivos para melhoria de suas pastagens, manejo de rebanhos e ordenha.. Com o Rio Genética – programa da SEAPEC que visa a aperfeiçoar a eficiência produtiva do rebanho –, os pecuaristas podem também adquirir vacas com alta capacidade de lactação.

Na última sexta-feira (6/5), 160 fêmeas da raça girolando foram ofertadas na 34ª edição da Feira de Animais Rio Genética, em Conceição de Macabu. Pela segunda vez o evento é realizado no município, hoje umas principais bacias leiteiras do Norte Fluminense.

O secretário estadual de Agricultura e Pesca, Christino Áureo, esteve na feira e destacou o papel do programa para o aprimoramento da qualidade do rebanho do estado. “Com as feiras anteriores do Rio Genética, demos condições para o produtor melhorar sua capacidade produtiva e estamos garantindo a continuidade deste trabalho. O resultado é que cada vez mais essa rede aumenta, estabelecendo um perfil empreendedor entre os criadores fluminenses”, comentou o secretário.

Entre os produtores presentes na feira, estavam também beneficiários do Rio Rural. “Graças aos subprojetos de cana forrageira e pastejo rotacionado, agora eles têm condições de investir em um gado de qualidade”, afirmou o supervisor do escritório local da Emater-Rio, Flaviano Souza.

Souza menciona que esse tipo de ação contribui para fortalecer a renda dos produtores e, consequentemente, tem impacto positivo na indústria. A cidade é sede da Cooperativa de Leite Macabuense, a mais antiga cooperativa em operação do estado do Rio de Janeiro. Dos 235 cooperados, mais de 90 % são beneficiários do Rio Rural. 
 

Investir para progredir
 
Rinaldo Pinto é morador da microbacia Rio da Prata, no distrito de Dores de Macabu, zona rural de Campos dos Goytacazes, também no Norte Fluminense. Esta semana, o produtor foi à feira com a intenção de comprar seis vacas. “Gostei da qualidade dos animais em exposição. Dou preferência para adquirir rebanho do mesmo criador”, afirma o produtor.

Há 10 anos, Rinaldo trabalhava como motorista e, depois de receber uma herança, investiu no agronegócio sustentável. Hoje ele tem uma propriedade de cinco hectares e foi beneficiado pelo Rio Rural para a formação de pastagem do capim mombaça. Atualmente, possui 16 vacas leiteiras com produção diária de 130 litros. “Sei que minha produção não é tão alta, mas estou confiante de que agora vai melhorar com mais esse gado”, prevê.

Quem também transformou a vida no campo em negócio foi o jovem Tobias Nolasco, de 19 anos, outro produtor da microbacia Rio da Prata. “É minha segunda vez na feira. No ano passado, arrematei seis vacas. Gostei tanto que vim buscar mais duas”, comenta o rapaz.

Nolasco afirma que, antes de frequentar as edições da Rio Genética, ele tinha seis vacas que lhe rendiam 20 litros de leite por dia. Depois de implementar os subprojetos de formação de pastagem e plantio de cana forrageira, comprou apenas mais três vacas e, no entanto, hoje a quantidade de leite é quatro vezes maior. “O que explica isso é a qualidade genética e o planejamento. Há dois anos, vinha pouca gente comigo. Dessa vez, eu acompanho 18 produtores na feira. Isso é o resultado do amadurecimento do Rio Rural”, elogia o técnico executor do programa na microbacia Rio da Prata, Renato Gomes.

Além do financiamento de animais, a Feira Rio Genética possibilita a aquisição de equipamentos. O pecuarista local Maurício Salles, da microbacia Córrego do Meio e Córrego Fundo, estava interessado na aquisição do tanque de expansão, usado no armazenamento do leite. “Eu tenho apenas um tanque. Se ele der defeito, perco toda a produção. Isso já chegou a acontecer. Esse investimento é prioridade para mim”, conta Salles.
 



 
Fonte: Ascom

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