quinta-feira, 5 de maio de 2016

Quissamã se destaca na produção de mel silvestre


Quem observa a mata tranquila ao redor do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, nos municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã, no Norte Fluminense, não imagina o potencial econômico que a área possui. Com incentivos do Programa Rio Rural, apicultores estão colocando Quissamã na rota de produção de mel no interior do estado.

“Quando comprei meu terreno, não tinha ideia clara do que fazer para gerar renda. Mas havia uma certeza: queria lutar pela preservação da natureza no parque. Com a apicultura, isso é possível”, revela o produtor Antônio Batista Pessanha, da microbacia Brejo da Piedade.

Pessanha, que também é biólogo e trabalha no Horto Municipal de Quissamã, confessa que, inicialmente, havia cogitado a hipótese de criar um percurso de trilha ecológica em sua propriedade, a fim de atrair turistas. No entanto, ao conhecer o trabalho do Rio Rural, percebeu que poderia apostar na produção de mel,garantindo a sustentabilidade e a geração de renda em suas terras.

Há seis anos, o produtor foi beneficiado com o kit apicultura do Rio Rural, por meio de incentivo no valor de R$ 3 mil. Com o apoio financeiro, Pessanha adquiriu uma centrífuga – equipamento utilizado na extração do mel –, e bandejas (quadros de madeira com tela), onde as abelhas depositam sua produção. Com recursos próprios, complementou o investimento, construindo uma pequena casa de manipulação do mel, onde realiza a decantação do líquido e o envase nas garrafas.

“Gostei da parceria com o Rio Rural não só pela questão financeira. O próprio exercício da atividade vai ajudando a conscientizar sobre a importância da conservação. Vejo que servi de inspiração para outros, pois não destruo o ambiente e ainda tenho rendimento aqui”, conta o produtor.

Mel da restinga
A apicultura é uma das poucas atividades econômicas viáveis no entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que abrange os municípios de Quissamã, Macaé e Carapebus. Por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP), a exploração tem regras bem rígidas.

“Além de a atividade ser sustentável e do mel possuir alto valor agregado, a criação de abelhas é benéfica para o meio ambiente, pois nos ajuda a conservar essa restinga, que é uma das mais bem preservadas do Brasil”, salienta Francisco José Rodrigues, técnico executor do Rio Rural na microbacia Brejo da Piedade.

As zonas de apiário costumam ser cercadas para evitar que pessoas estranhas possam ser picadas se não estiverem usando a roupa de proteção. Com o isolamento, o rebanho também não tem acesso à área, propiciando a conservação da mata. Quanto maior a proteção, maior a oferta de alimentação para as abelhas.

A apicultura no meio da restinga também impacta na qualidade do mel. “Por ser produzido em uma área com vegetação silvestre, o gosto do mel é bem suave e tem boa aceitação. Há grande potencial de crescimento”, complementa o técnico do Rio Rural.





 
Fonte: Ascom / Rio Rural

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