Década após década, um fenômeno aterroriza Atafona, em São João da Barra, no litoral norte do Estado do Rio. Desde os anos de 1960, o distrito sofre com os efeitos nocivos da erosão, que tem sido responsável pelo desaparecimento de grande faixa de terra, ‘engolindo’ sem cerimônia residências e estabelecimentos comerciais.
Para ter uma dimensão do estrago que ocorre ao longo dos últimos 50 anos, cerca de 14 quarteirões de Atafona já foram destruídos pelo processo erosivo e a ação das ondas do mar. O cálculo é do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). Não por acaso, a Defesa Civil de São João da Barra recentemente deu início a novo processo para diminuir os impactos do avanço do mar.
Para tanto, foram utilizados 800 sacos de areia em um trecho de aproximadamente 60 metros nas imediações da Rua Minervina da Silva Pereira. É lá que o processo erosivo tem ocorrido com maior intensidade. De acordo com o coordenador de Defesa Civil, Adriano Assis, uma nova frente de trabalho também está prevista para a região do Pontal. “Mas não é uma ação definitiva e, sim, emergencial”, pondera ele.
Conforme o coordenador de Defesa Civil de São João da Barra, o órgão tem realizado o monitoramento das marés no trecho compreendido entre o Pontal e o Açu. O objetivo é evitar que a rotina dos moradores e comerciantes locais seja afetada pelo processo de erosão. “Esse trabalho, portanto, visa impedir que a rua fique alagada e com acúmulo de areia do mar”, esclarece Adriano Assis.
SOLUÇÕES
Para a Prefeitura de São João da Barra, existem duas soluções para conter o avanço do mar. Uma delas, a execução do projeto de Proteção e Restauração da Praia de Atafona, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). Orçado entre R$ 140 milhões e R$ 180 milhões, contempla sistema de estruturas de proteção com nove espigões enraizados na praia e um aterro hidráulico.
Outra solução é a dragagem de trecho do Rio Paraíba do Sul, especificamente na Ilha do Cardoso, para amenizar os problemas causados pelo assoreamento e a diminuição hídrica, que fazem com que o mar avance sobre as águas do rio e ocasionem o processo erosivo da região. A dragagem, porém, aguarda parecer técnico do Instituto Estadual do Ambiente — Inea. “Com a obstrução, ocorre a diminuição do fluxo da água até a foz, facilitando o avanço do mar no Pontal”, esclarece o secretário de Meio Ambiente, Alex Firme.
Fonte: O Dia
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